Eis que do nada surgem nuvens negras por todos os lados. As pessoas que enchiam as ruas subestimavam o que estava por vir. De um segundo pro outro todos se puseram a correr. Vendedores de guarda-chuva brotavam do bueiro. Pessoas encharcadas em toda parte. Os carros andavam mais lentos, não se via nada. Enormes pedras de granizo destruíam janelas e derrubavam telhados. O vento assustava: arrancava arvores, zunia, quebrava guarda-chuvas e não parava de zunir. Dos bueiros já não saíam guarda-chuvas; o volume de água que caía era muito maior do que eles agüentariam. As galerias subterrâneas não davam conta de tanta água que, junto com as águas do esgoto, começaram a encher as ruas. Carros eram arrastados pela forte correnteza da enchente; lojas eram tomadas pela água. As pessoas não tinham onde se esconder. Mais tarde nos telejornais se veria o número de mortos e o saldo da destruição daquele temporal que durou dez minutos.
No mesmo ímpeto que começara, a chuva parou. E o céu brilhou num tom esverdeado para sarcasticamente iluminar os que perderam alguma coisa com a chuva, principalmente os que perderam tudo.
É o verão, o amável verão.
willian
Verão... sarcástico verão.
ResponderExcluirDepois disso onde deixarei minhas pré-definições de verões com praias lindas e abarrotadas de gente, as tardes no parque com deliciosos e magníficos sorvetes gigantes? Impressionante a visão sarcástica com todo o peso irônico sobre este mesmo verão.
ResponderExcluirIronia... Como eu gosto disso!
ResponderExcluirAdorei esse texto!