Frustrada com todos, ela se sentia decidida. Nada estava sendo do jeito que ela queria. Quando criança, ela sonhava com seu mundo encantado de sua vida adulta, com seu príncipe, com seu castelo e com tudo em volta feito pra que ela se sentisse feliz. E, hoje, felicidade era o que ela não via. Sem avisar ninguém, subiu cabisbaixa ao terraço. Diria adeus aquele mundo cruel que era o que restava daquele de seus sonhos e que não tinha nada de incrível.
Lá em cima, no limite do horizonte, um maravilhoso pôr do sol, que fazia seus olhos brilharem, a fez se sentir envergonhada de não ter prestado atenção nisso antes. Havia quantos anos desde a última vez que ela tinha assistido um pôr do sol?
Tirou os sapatos e sentou confortavelmente no chão. Olhou o sol vermelho até ele parecer completamente azul aos seus olhos. No céu, as nuvens, espalhadas, cada uma à sua forma, uma mais bonita que a outra, pareciam algodão doce. Se surpreendeu com o tom colorido do céu, que era alaranjado lá perto do sol e, conforme ela seguia olhando pra cima, até olhar, de ponta cabeça, pro outro lado e ver que, com a chegada da noite, brilhava num tom arroxeado. Percebeu que ela esteve por muito tempo procurando a beleza no lado feio e, só agora, percebia o quanto, de verdade, ela devia estar feliz.

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